Viva como seus avós e encontre a felicidade

A simplicidade é o último grau de sofisticação – Leonardo da Vinci.

 

Uma palavra que pode fazer muito sentido nessa era de consumo é a frugalidade.

Sendo um estilo de vida com base na moderação, a frugalidade é uma resposta direta e assertiva ao atual cenário consumista da sociedade como um todo. Consumista no sentido financeiro da palavra, mas também no sentido comportamental. Essa última parece não fazer muito sentido, mas eu vou tentar explicar minha visão a respeito.

 

Geralmente quando participo de algum evento social, encontro com amigos ou conversas em família, um dos assuntos que gostamos de discutir é a diferença entre gerações e suas culturas. O comparativo que fazemos é sempre para refletir se nós, pessoas que ainda manterão e desenvolverão o futuro, estamos seguindo um caminho minimamente correto.

Talvez seja pelo modo que fomos criados, mas o meu círculo familiar e social ainda tenta manter alguns comportamentos saudáveis de nossos pais e avós, ou que parecem ser saudáveis pelo menos. Um exemplo muito prático que consigo observar e trazer aqui para vocês é a forma de criação que desejamos para nossos filhos no futuro, onde felizmente pudemos vivenciar também na infância; àquela vida sem redes sociais, sem vício em tela, brincar até o entardecer na rua com os vizinhos.

Não estou criticando educação de pais que são diferentes dessa, mas de acordo com a minha experiência vívida até aqui, eu tenho a plena certeza que quanto mais nos afastamos da Internet, melhor seremos, e é isso que eu gostaria para a próxima geração.

Obviamente não quero a extinção de tudo isso, meu trabalho está aqui. Mas tudo aquilo que ultrapassa o uso como ferramenta, para o cotidiano e única e exclusiva forma de entretenimento, eu abomino. Pois eu sei que existem muitas crianças que os pais só conseguem acalmar quando botam uma tela para ela, e isso parte da forma como o filho foi educado até o momento.

 

A geração Millenial, não todos, mas de uma forma geral, foi a geração que trouxe a modernidade que estamos inseridos. Arquitetura minimalista, automação para isso e aquilo, iFood a todo momento, casa com cara de apartamento, carro novo a cada 2 anos e assim por diante.

Eu sinceramente quero a tranquila oposição de tudo isso, e eu vou dizer o porquê você deve voltar a viver como o seu avô.

 

A importância do trabalho manual

Um grande erro que estamos vivendo hoje é a insistência do mercado em querer automatizar tudo em nossas vidas, sejam tarefas profissionais ou pessoais. Quando substituímos nossas mãos por máquinas, e nosso cérebro por sistemas, ficamos disfuncionais!

Muitas máquinas e sistemas ajudam muito processos e trabalhos, eles fazem nós serem humanos economizar tempo para focar em tarefas que exigem maior esforço físico ou mental; e hoje estamos automatizando até esses trabalhos mais difíceis. O que sobra para nós nos esforçamos e pensarmos?

O livro foi trocado por página de fofoca, o filme com a família por vídeos curtos e hiperestimulantes, o ato de cozinhar por Delivery, o pensar por Inteligência Artificial…

A sociedade não vê que estão matando nossa capacidade cognitiva e física, isso é altamente preocupante. Estão sendo formados adultos disfuncionais, sem energia e vigor para criar coisas e solucionar problemas, e mais do que isso, sem comportamentos básicos de sobrevivência, isso explica o fato de que cada vez mais está aumentando o número de homens e mulheres que não saem mais da casa dos pais.

Mas em relação à isso, o estado tem boa parte da culpa, porém é assunto para outro momento.

 

A inovação como inimiga do avanço

O objetivo é nós remarmos contra essa maré da sociedade que vive em prol da zona de conforto, é voltarmos a fazermos o próprio pão, plantar a própria comida, ou pelo menos, manter a dieta consumindo aquilo que é natural. Ir ao mercado e encher o carrinho com frutas e verduras, carne, seja branca ou vermelha, mas que seja preparada por nós mesmos.

Essa explosão de inovações estão tirando de nós a possibilidade de evoluirmos como seres humanos, já não temos mais capacidade de acompanhar tudo que é lançado no mercado. Existem ferramentas e programas que precisam ser estudados por dias, meses, anos talvez, nem mesmo especialistas desvendam como funciona uma inteligência artificial por completo.

É preciso compreender que precisamos voltar a ser como éramos, criar coisas, ficar no tédio para ter ideias, arrumar a própria casa (na medida do possível). Nada mais bonito como uma família que a última coisa que fazem é sentar no sofá e se debruçar em conteúdo online. Brinque com seu filho na terra, na grama e inspire-o a ser criativo, seja exemplo de humano, não de máquina movida por esse mercado poluído.

 

Categories: Autodesenvolvimento

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